sexta-feira, novembro 20

Pequenas Epifanias


"Andei pensando coisas. Andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo. Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NUNCA.
Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio."

(Caio Fernando Abreu)


A diferença é que no dia que eu perder ele, eu morro.
Irônico chegar em casa e por acaso ler esse texto de primeira, não ?

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