domingo, novembro 23

Longo Caminho Pra Casa

É difícil. Mas não, eu nunca achei que fosse fácil.
Esse ano eu cumpri todas as minhas promessas de virada. eu achei um emprego que eu gostasse de ter, eu viajei mais, bebi mais, transei mais. Eu me dediquei ao meu relacionamento com tudo em mim. Nós planejamos o futuro juntos. Eu me reaproximei dos primos que sempre foram importantes. Eu entrei pro Diretório Acadêmico, pro grupo de pesquisa, eu estou escrevendo o artigo que eu queria, estou fazendo a pesquisa mais gosta possível pra minha monografia. Eu estou apaixonada pela minha vida vida. E agora, bem perto do ano acabar, veio como um presente divino a queda das mascaras das pessoas que mantenho por perto.
Então eu venho adiantar aqui minha promessa de ano novo para 2015: Livrar-me de todo o mal. Por que o bem, ah, esse eu já tenho comigo. Eu estou feliz, de verdade, como a alguns anos não estava.
Eu voltei a escrever, eu parei de mentir pra mim. Eu andei meu longo caminho e finalmente eu cheguei em casa. Só falta agora, a faxina, pra essa casa ficar perfeita. E eu estou começando ela agora.
Vou entrar 2015 de vida boa e casa limpa. E vou livrar-me de todo o mal.
Amém.

Nada mais.


O Desejo chama.
Há dois jovens nesta tarde que se entregam, um ao outro e a si mesmos.
Face a face, eles respiram devagar, mas pesadamente. E é nesse ar pesado que se encontram, observando, instigando.
É como um feitiço. Paralisados, não podem fugir do desejo, não podem fugir.
Ele a olha: imóvel, sentindo-o cada vez mais perto. Os segundos parecem minutos, inacabáveis segundos de aproximação. Suspira e espera... rendendo-se, e olhando-o.
O olha, aproximando-se, com plena consciência do ato, do sonho, encostando docemente seus lábios nos dela, sentindo e aproveitando todo seu sabor.
Aqueles lábios tão desenhados tomam para si os doces lábios da jovem, que continua sem reação, deixando-se domar por ele, por todo seu poder e imponência.
Encostada em uma parede, ela sente o prazer daquele gosto agridoce que tanto quis, daquele quase beijo que ele a oferece, e deixa-se ser usada.
Ele brinca com ela, mordisca seus lábios, suspira em seu ouvido, fecha os olhos e continua brincado,e brincando, até gentilmente, beijar-lhe do modo mais doce, mais suave, mais apaixonante.
Sente o macio dos lábios, o doce do beijo, o sabor do desejo, do sonho, da realidade, pois tudo é um, e eles não são mais nada além daquele momento, porque nada mais importa, nada mais conta, quem são, o que fazem, o que esperam, o que amam... nada importa. Eles tem o Desejo, tem um ao outro agora, e mais nada.
As mãos que ele apertava entre as suas vão soltando-se aos poucos, pois ele perde as forças, e deixa-as livres para o prazer.
Ela já não pensa em mais nada. Passa gentil e levemente sua mão delicada no pescoço do rapaz, chegando calmamente a sua nuca, acariciando os belos cabelos negros e puxando-o, delicadamente, para si.
Ele, por sua vez, enlaça-a, passando seu braço por traz da cintura fina, trazendo-a para si, sem fuga, sem saída, sem selvageria.
Ambos ficam presos um ao outro, implorando pela mesma coisa, com os mesmos desejos...
Nada mais do que um beijo.
Que faz não sobrar nada mais.

Saudades, Mestre.


O Mundo Dos Poetas

Essa maneira autista dos poetas
Que se acastelam no esplendor dos sonhos
E fazer mundo à parte entre os ascetas
Pregando os coloridos mais risonhos.

Que a imagem sintetizam como estetas
Dando beleza aos surdos sons medonhos
E desdenham das lógicas diletas
Dos tristes empirismos enfadonhos.

E traçam lá do seu estranho mundo
Um caminho de luz e fantasia,
De sonho, de ilusão e amor fecundo,

E que vai transformando o horrendo grito
Em cristalinos sons de sinfonia,
Como estrelas vibrando no infinito...!
 Ruy Afrânio Peixoto

Sabe, eu tinha cinco anos quando o conheci. Eu não sabia o que era um soneto, dois quartetos e dois tercetos, métrica perfeita da poesia. Nem sabia o que eram autistas, ascetas, e nem mesmo poetas. Mas eu sabia que gostava, pois ele era um poeta, e que o que estava escrito era lindo, e que passava horas repetindo, só pra ficar ouvindo os sons das palavras e as rimas. As rimas eu sabia o que eram, ahh se sabia! E também sabia qeu um dia eu queria ser como ele. Escrever como ele. Agradecer a ele.
Sabe, fazem anos que ele se foi. Naquela época eu não escrevia, não rimava, não sonhava. Naquela época ele não era mais meu diretor. Não mandava mais me buscar na sala de aula, durante as aulas de inglês, só pra me mostrar um soneto novo. Não mais, não naquele ano. Só nos que vieram antes. Nos anos em que eu ainda não sabia o que era literatura. Hoje eu gostaria de agradecer. Ele foi poeta, pintor, escritor, advogado, formador de opiniões, diretor do melhor colégio que uma criança poderia estudar, foi ídolo, foi inspirador, foi meu amigo. Hoje eu sinto falta dele, como sentia antes, só que doendo mais. Hoje eu queria mais do que nunca que ele soubesse que eu estou bem. Que aprendi a fazer meus próprios versos, que descobri a minha maneira autista e o mundo dos poetas. Que hoje tem um novo mestre na minha vida que me inspira a crescer e fazer sempre melhor. Um outro grande gênio inesquecível, o senhor Júlio Ludemir. Hoje, ele me ensina a escrever. Mas cada texto ainda é pra você, professor. Obrigada por fazer naquela época que eu sentisse com seus textos o que sinto hoje com os meus: Vida. Obrigada por ter feito parte da minha. Você faz falta, 'seu' Ruy. 


eu sinto sua falta.

Palavras jogadas fora por tanto tempo.
Por tanto tempo ela achou que conhecia os significados.
Nenhum deles representa coisa alguma agora.
Todos os significados, inúteis.
Todos os conceitos, refeitos.
Todos os sentimentos, pouco.
Todos os segundos já vividos, metade.
Tanto tempo foi levado pra que ela encontrasse o que te faltava, tanto tempo até que ele a encontrasse.
Ele chegou, entrou pela porta da frente e fez sua, a casa.
Chegou sem aviso, todo-poderoso, quebrando as regras, mudando os planos, criando confusão, trazendo paz.
Mesmo com tantos anos de brigas entre ele e ela, ela finalmente descobriu que não conseguiria mais tira-lo dali.
Ele mostrou pra ela como poderia fazê-la feliz, como poderia ser único, trazer tudo que sempre faltou.
Ela sorriu e o deixou tomar conta, perder o medo de deixar-se dominar.

Então o amor chegou, e tornou sua vida mais feliz.

Because days come and go, but my feelings for you are forever ...

Tempo.

Tudo que tenho. Tudo que preciso. Tempo. Tudo.

sexta-feira, agosto 12

"Tu és o Glorioso .. "


Nasci sobre o brilho maior de uma constelação de uma estrela só.  Desde então fui escolhida, meu coração já batia alvinegro.  Vestia o manto sagrado e meu hino era pedir ao Túlio maravilha mais um gol. Meu pai me criou bem, me fez BOTAFOGUENSE. Já chorei lagrimas de triste e de felicidade, já vibrei no estádio lotado, ou sozinha em casa. Já deixei de ver o namorado pra assistir o jogo. Meu quarto é preto e branco, e até na pele eu mosto a minha paixão. O Botafogo me escolheu, a 20 anos atrás, numa noite do mês 7, o místico número 7. Me orgulho de torcer pra um time que não precisa de camisa 10. Um time diferente. Que me traz orgulho de vestir sua camisa, beijar seu escudo e gritar seu nome. O Botafogo fez e faz a minha vida, e eu dedico a minha vida ao Bota, porque ele pra mim é tudo.  Hoje é um dia mais que especial na minha vida. Hoje meu coração completa 107 anos. Há 20 ele bate dentro do meu peito, mas antes disso ele já fazia a felicidade de muitos. Hoje eu não digo “Parabéns Botafogo, por toda a sua história”, eu prefiro dizer:  Obrigada Botafogo, por me escolher pra sentir essa alegria e ter o prazer de chorar de felicidade por você, gritar teu nome a plenos pulmões e ter a minha vida completa, como sua estrela, que apesar de solitária, brilha acima de todas as outras e compartilha esse brilho com sua linda torcida e faz do Alvinegro esse ser diferente, mítico, completo. Obrigada Botafogo, por permitir ao mundo tua presença nos mais brilhantes 107 anos que a história já viu.

quinta-feira, julho 28

A saudade sempre será a dor que dói mais.


Acho que sempre soube que era diferente. Lembro-me bem, já no primeiro “encontro”. Eu senti sua falta. Tinha acabado de ir embora, e já sentia sua falta. Já lutava contra a louca vontade de voltar correndo para seus braços no instante em que começo a andar para longe deles. Viver os segundos longe é quase doloroso. Na verdade dói. É ter que me deitar toda noite, e sentir que o falta na cama, ao meu lado. É sentir sua presença, ouvir seu riso ecoando em minhas lembranças, e sentir sua falta. Todo segundo eu sinto sua falta. E todo segundo eu sigo lembrando o tempo em que estamos juntos e contando, para que os segundos em que estaremos juntos, os segundos completos, aconteçam. Essa é pelos dias, horas e segundos, em que sinto sua falta.

quarta-feira, julho 27

Nem eu entendo

"Não entendo da chuva ou das previsões.
Não entendo das atitudes ou das tentações.

Não entendo da vida de antes que se acaba em um instante.
Não entendo da necessidade de uma crise constante.

Não entendo de terra, não entendo de água.
Não entendo dos motivos e nem de tanta mágoa.

Não entendo do escudo ou da desconfiança.
Não entendo da repentina mudança.

Não entendo de mim, de nós ou dos outros.
Não entendo de se preocupar com o que pensam os outros.

Não entendo das razões ou das loucuras.
Não entendo do tédio ou das aventuras.

Não entendo dos contrastes ou das crenças.
Não entendo da impaciência com as diferenças.

Apenas entendo que quanto mais amo, mais o amor se afasta.
Entendo que o amor infinito já não mais me basta."

Escrito por Victor Borba, o Escritor do Caos . Não poderia fazer mais sentido nessa noite. 

terça-feira, julho 26

Doces Sonhos


Eu queria fugir com você. Casar com você viver com você sonhar com você ter filhos com você viajar com você dormir com você e acordar com você. Trocar de estado, de emprego, de carreira, comprar um carro, aprender a beber, construir uma família. Eu queria começar uma vida inteira nova ao seu lado, longe de tudo, de todo mundo, de qualquer coisa e qualquer um.  Eu queria você, comigo, o tempo todo, cada segundo. Respirar você. Ter uma varanda com vista pra praia, pra escrever pra você. Uma vida com cheiro de mar, construída à quatro mãos. Eu queria viver com você. Eu queria tanto, que eu só queria que você também quisesse. Que a gente realizasse, que o mundo fosse esse sonho lindo, só pra nós dois.

segunda-feira, julho 25

Tudo de mim


Foi lindo. Mesmo não acordando do seu lado, foi lindo. Porque você estava lá no meu café da manhã, no meu banho, no meu almoço, na minha festa. Sua mão estava apertando a minha enquanto andávamos pelas ruas. Pode não ser o lugar mais bonito do mundo, mas era só nosso. Eu te mostrei o meu passado, abri minhas feridas e deixei você entrar. Eu te acolhi na minha casa, e não te deixei sozinho.  Eu me mostrei inteira pra você. Te levei pra única parte da minha vida que você não fazia parte, mesmo eu querendo tanto. Em três dias, eu te dei tudo de mim. Tudo o que você ainda não tinha. Eu te entreguei numa bandejinha o outro lado da minha vida, que agora, só você conhece por inteiro. Eu desafiei tudo que eu conhecia pra te ter comigo. Era pra significar alguma coisa. Era pra ser uma coisa boa. Era pra ser nosso. Nosso tempo, nossa viagem, nossa felicidade. Mas foi só minha. Você nunca quis tudo isso. E agora eu me arrependo. Porque era pra te fazer sorrir, mas no fim, só me fez chorar.