quinta-feira, outubro 29


Me faz certa, estando errada.
Me faz errada, estando certa.
Me faz feliz, amando você.

terça-feira, outubro 27

Longo Caminho Pra Casa'




Nunca me cansei de falar que liberdade é pouco. Nunca me cansei de dizer que não pertenço a esse lugar. Nunca neguei que esperava. Sempre pedi um sentimento sem nome, um que os homens não houvessem inventado ainda.
Esperava o momento em que liberdade não fosse apenas uma palavra, fosse um sentimento real, algo que fosse completo em mim. Hoje me sinto assim.
Sempre esperei por esse sentimento único, indefinível. Sempre esperei pelo dia em que algo me deixaria sem palavras, pelo momento em que nada mais importasse a não ser o que eu sinto. Hoje tenho você. Que faz meus dias coloridos, que trás tons aos meus gostos e mistura meus sentidos. Você que me torna livre quanto mais me sinto perto.
Sempre esperei a hora de chegar em casa. E espero ainda. Dos meus maiores desejos, só me falta um. E, enquanto espero a hora de ir pra casa chegar, vou ‘construindo’ minha casa, criando meu caminho, aprendendo e amando. Não há mais ansiedade na espera, apenas a certeza de que ela ira terminar. Não quero medidas de tempo, são apenas números, sistemas de contagem que não me acrescentam nada.
Hoje sei que a espera não dói. Hoje espero com você.
Espero pelo dia que não nos despediremos um do outro. Iremos dizer um ‘até logo’ aos nossos amigos, você irá tomar minha mão e iremos juntos pra casa.
Aí não me faltará mais nada.

domingo, outubro 25

O número é par


No meio da minha pior tempestade
Das lágrimas, dos medos, da crise
Eu vi Você. Minha eterna manhã de verão.
E as suas palavras são a unica coisa que vou levar deste dia.




"eu também te amo"

sexta-feira, outubro 23

Como Um Soco no Estômago.

O ar falta. O chão some por alguns instantes.
E não há explicação que convença a cabeça que roda.
e roda, e roda, e me deixa cada vez mais tonta.
Eu já sabia, mas ainda assim não esperava.
De repente, lágrimas.
Só as noto quando já molham minhas mãos, pingando.
Um choro 'seco'. Sem motivo.
É, eu não entendo. Deve ser isso que chamam de medo.
Queria saber o que temo, se é a mudança ou a possibilidade que ela não aconteça.
Acho que absorvi a dor dela. Se pelo menos ela tivesse parado de sofrer, valeria mais a pena.
Bom, que seja.
ainda estarei aqui, de braços abertos, quando a hora chegar.
Quando e se  ele chegar.

quarta-feira, outubro 21

Pra que você entenda.





Quer mesmo saber? É do gosto que fica na boca, é da boca que deixa o gosto.
Eu gosto do calor das mãos, que atravessa o pano da roupa e esquentam a pele. E eu detesto quando as mãos não estão em mim.
Eu gosto do jeito que as mãos se encontram na minha nuca, e se perdem em meus cabelos, e me puxam pro seu beijo. Até me faz detestar menos o tempo que passo desembaraçando o cabelo quando eu chego em casa.
Eu gosto do teu riso bobo sobre as coisas bobas que eu falo. E eu não me preocupo mais com as coisas bobas que falo, por que só elas causam esse riso que eu adoro tanto.
Eu gosto dos tons da tua voz. Todos eles. E da cara que você faz quando eu falo dos teus tons, e da sua surpresa por não saber quando usa, e da sua vontade de controlá-los. Ainda não consegui pensar em nada que me irrite sobre isso.
Eu amo o olhar que você tem quando me vê. O riso contido, que sua boca não mostra e teus olhos gritam. E nada dói mais do que o teu olhar quando eu tenho que soltar tua mão. Bom, só o primeiro passo. O mais difícil na hora de ir pra casa.
Teu jeito, teu abraço, teu beijo.  Eu adoro. Adoro deitar minha cabeça no vão do teu pescoço e sentir tua respiração. Ouvir tuas palavras, não conseguir conter o sorriso idiota que surge em mim por acreditar no que você diz. O jeito pausado com que você me explica o que pensa, o que faz e por que faz.Suas crises, seus ‘gritos’, toda raiva súbita que você sente quando a tarde cai e eu tenho que ir.
Não gosto de não conseguir te falar tudo que vem a minha mente. Não gosto de sentir raiva por sua causa. Não gosto de me despedir de você. Não suporto ter que ir pra casa. Odeio ter que sair do teu abraço, odeio não ter você perto o suficiente mesmo com você do meu lado, odeio ter que dividir você com o mundo, odeio quando seu telefone toca, detesto quando você fuma, não suporto quando eu te preocupo, quando não posso fazer nada pra resolver seus problemas, quando não sei o que você está pensando, quando acho tudo que faço extremamente inútil, quando você se cala por medo de dizer o que eu não quero ouvir, quando o beijo acaba, quando eu quero mais que tudo ouvir sua voz e você ta longe, quando eu não posso simplesmente te roubar pra mim e te manter SEMPRE por perto. Odeio como eu simplesmente não consigo te dizer tudo isso. Odeio não estar com você em cada segundo do meu dia. Odeio nunca achar que sou importante o suficiente pra você me manter ao seu lado. [Mas ai vem você, fala tudo que consegue confundir minha cabeça e eu esqueço que me irrito]. Detestava ficar com vergonha, ficar irritada, ou qualquer coisa que não fosse controlável; mas você gosta, e me faz querer que você conheça todos os meus lados, até os que eu não conheço muito bem.
Você me irrita, me confunde, me diverte, me faz um bem que nem eu sabia que podia sentir com alguém. Não saber o que pode acontecer é maravilhoso. E é mais maravilhoso ainda por que é com você. Desculpa se eu nunca te digo nada disso, mas as palavras sempre me fogem quando eu te vejo. Queria que você entendesse o que passa na minha mente, que cada música que escuto é pra você, que cada coisa que vejo, lembro; cada segundo que passa é em você que penso. Não me preocupo com o que eu não gosto porque o que eu gosto vale muito, muito mais. Gosto de tudo que você faz, gosto do que temos, gosto do jeito que você me faz sorrir. Gosto de você. E é só isso que me importa agora.

quinta-feira, outubro 15

Você acredita ?

- O destino?
- É, Otávio, o destino. Eu pensei o seguinte: se ele fosse embora direto, sem sequer olhar para mim, eu ia esquecer, achar que era pra ser assim mesmo, mas, se em vez disso ele ficasse por lá, passasse na livraria ou fosse beber alguma coisa no café, então seria um sinal.
-Um sinal, e o que esse sinal indicaria?
- Indicaria que havia algo entre nós, uma história que estava por começar, e que ele também sabia disso, e, se não sabia, não importava, já que não há como escapar dessas coisas. Você não acredita em destino? Eu acredito, acredito em quase tudo, é besteira acreditar, eu sei, mas também é besteira não acreditar, eu acredito que há sinais que a vida te dá, sinais que você deve levar a sério, que são importantes, que estão querendo te dizer alguma coisa.
-É possível...
[...]
-Laura, o que você esperava encontrar nesse homem?
Ah, eu esperava tanta coisa, que ele tirasse um ramo de flores da manga, que recitasse para mim um poema francês, que beijasse a minha mão ao me cumprimentar e me ajudasse a vestir o casaco ao sair de casa, que estendesse um tapete vermelho para que eu pudesse passar sem sujar os sapatos, coisas assim, pensava.
- Sei lá o que eu esperava Otávio, provavelmente nada.


Trecho reitado do livro Toda Terça, de Carola Saavedra , livro perfeito por demais, que eu ainda estou lendo.

terça-feira, outubro 13

Ain't it good to know you've got a friend?

Mas eu já tentei de tudo só pra te mostrar
Nunca quis que fosse assim
Precisar de alguém pra aceitar
O que há de errado em mim
Eu nunca quis que fosse assim

O sorriso falso
Estampado em seu rosto,
Palavras sem sentido
Pra tentar me convencer

Que é ilusão
Viver assim
Achar que o mundo inteiro
Irá pensar igual a mim

Mas eu já tentei de tudo só pra te mostrar
Nunca quis que fosse assim
Precisar de alguém pra aceitar
O que há de errado em mim

Eu nunca quis que fosse assim. ♪♫


Conselhos, julgamentos, e só. Onde está o alguem que pergunta "como você está?"
É tudo que eu quero. Sorrir como estou sorrindo agora, sem ser julgada.
É tão dificil entender que tudo que eu preciso é VIVER?
Não é que eu não me importe com o que você diz.
Não é que eu não saiba que só tentar achar o melhor pra mim.
Mas tente entender uma coisa :
Eu estou melhor agora.
Não finja que não me conhece, não minta que eu não avisei.
Eu sou assim, sempre fui. Procuro o que é melhor agora, mas não esqueço do que vem depois, nunca esqueci.
Meu futuro está sendo construido. Isso é FATO.
Mas isso não quer dizer que eu precise de um marido nele. E não é o homem perfeito que eu estou procurando. Eu não procuro mais nada.
Não é mais um estranho que eu vejo quando me olho no espelho.
Vejo o que sempre procurei, o sorriso que faltava, o brilho que eu achei.

Então me diga, com toda a verdade que você sempre usa :

Ser feliz é motivo para perder um amigo?

segunda-feira, outubro 12


É doce. É doce de um jeito completo. Não é aquele gosto que permanece adocicando a boca, é um gosto que vai sumindo, ficando apenas o quero-mais. Um doce bom, difícil de encontrar, um doce que abre o apetite e nunca mata a fome. Nunca é o bastante, nunca é pouco. Não é tudo. O doce se espalha pelos braços, pelos abraços, pelo toque gentil e quente que tem nas mãos. Doce que fica no ar, que fica em mim, que não se acaba, que provoca deixando só a vontade. Doce que fica no cheiro, cheiro que fica no corpo. Doce que fica na boca. Doce que se mistura com Cítrico e Mel, e gosta. Doce que me diverte, me encanta, me faz bem. Doce que não é meu, mas fica por perto, só pro meu prazer.
Por que o meu prazer é teu também. É teu sorriso, teus olhares, todos os tons da tua voz. É divertir-te. Estar com aquele que faz bem, que se importa, que já aprendeu como agir. Descobrir teus risos secretos, ter certeza que você entende exatamente o que eu quero dizer quando eu digo. Compartilhar o que eu só compartilho contigo. É sentar pra conversar até o sol nascer. É fazer o diferente, o que nunca é feito. Prazer é ser a exceção.
Doce Prazer, sinônimo de Você.

quinta-feira, outubro 8

O Ultimo Texto.







Não que esse seja o meu ultimo texto, claro. Estava eu assistindo a uma peça de teatro esta noite e antes mesmo do fim da peça me peguei pensando em como seria meu ultimo texto. [Não sei por que ainda uso expressões como “me peguei pensando”, como se fosse possível não saber no que eu mesma penso. Mas enfim, continuando...] A peça se chama “A Ultima Gravação de Krapp” e é interpretada por um simpático velinho na pele de um solitário senhor. Krapp está com cerca de 70 anos e se senta em seu escritório para ouvir uma gravação feita quando tinha 39 anos. Descobre com humor que velhos hábitos não mudaram, como comer 3 bananas antes de grava ou ouvir alguma coisa, e lembra-se de como era sua vida. Não muito diferente do que é agora, imagino, já que naquela fita Krapp já estava sozinho e vazio ao gravar. Só havia uma coisa diferente em seu passado, algo que o fez praticamente chorar quando ouviu; o fato de que ele amava. E ele conta, com alegria não-disfarçada na fita que ela o olhou. Para tudo. Ta certo que não é por que o cara ta apaixonado que o fato da garota olhar pra ele vai ser tão tocante como se ela tivesse tascado-lhe um beijo. Ta, beleza, pode ser que naquela época significasse tanto, mas acho que ele simplesmente interpretou de um jeito diferente. Por que ele havia pedido pra ela olha-lo. E ela olhou. “Deixou-me entrar” foi o que ele disse. Mas creio eu que tamanha felicidade não se devia apenas a este fato. Eles haviam realmente compartilhado alguma coisa. Ta, estavam sozinhos em um barco encalhado em pleno anoitecer, mas a gente ignora esse detalhe. O fato é que o cara estava pra lá de feliz. De verdade. E por ouvir tanta felicidade antiga, ele agora chorava. É, ele realmente havia amado alguém. E esse alguém, ele perdeu. Lendo sobre a peça descobri que ela foi inspirada numa namorada de juventude do autor que faleceu prematuramente devido a uma grave doença. Mas seu não tivesse lido nada a respeito, eu ainda saberia. A dor dele é profunda demais, chega a dar pena do velinho, sério mesmo. E logo depois de ouvir a gravação – entre eventuais choros, socos na mesa e goles de bebida – ele começa uma nova. Suponho, pelo titulo da peça, que seria sua ultima. E ele estava realmente triste. É incrível como isso é nítido. É proporcional a felicidade que ele sentia 30 anos atrás quando gravou que finalmente estava nos braços da mulher amada. Agora ele lamentava. Poda ter ficado mais tempo com ela, mas não. Era jovem, tinha muito que estudar, muito que aprender, tolice! Ele podia ter amado, e não quis. Quis, sim, é verdade, dava pra notar no tom de sua voz que ele queria. Mas não foi o que fez. E é assim que ele termina a gravação, a peça e, possivelmente, a vida. Lamentando ter o amor em suas mãos, saber senti-lo, mas ser jovem demais para acreditá-lo. É Nesse ponto da minha reflexão que começa o segundo momento do teatro, “Ato 1 Sem Palavras”. Que também é fantástico, quando você entende. Confesso, não prestei tanta atenção no Sem Palavras, estava ocupada demais com meus devaneios sobre o Krapp. Pobre Krapp. Mas não posso deixar de admitir que a segunda peça foi, no mínimo, muito interessante. Totalmente silenciosa, por parte do personagem, claro, que por sua vez seguia um irritante apito que – acho eu – queria lhe dizer que havia algo pra ele. Seu desejo é extremamente simples: água. Mesmo com o tempo chuvoso e coisa e tal, admito que até eu estava começando a sentir calor com toda aquela luz sedo refletida do palco. Parabéns à iluminação do SESC, fizeram um excelente trabalho. Certo, voltando a história da peça. O Cara estava ali, naquele sol todo, querendo uma garrafa de água. Eis que surge, milagrosamente pendurada por uma corda, a bendita garrafa de água. Inalcançável. Pausa para a análise. O cara tem, praticamente nas mãos, aquilo que mais quer, que mais precisa, e simplesmente não tem forças para agarra a garrafa: está muito alta. Alguém já viu um pobre velhinho com uma história parecida, ou fui só eu? Ok, voltando. Eis que milagrosamente surgem na história uma tesoura, dois grandes quadrados de madeira (que o velho inteligentemente usa para tentar pegar a garrafa, mas é em vão) e uma corda que ele usa para “laçar” a garrafa. Adianta? Não. É ai que passa pela cabeça dele se matar enforcado. Como eu sei disso? Simples. Pela cara de sofrimento e alívio que ele faz quando vê o nó na corda num tamanho suficiente para encaixar a cabeça ali dentro e pula de cima das madeiras. E ele tenta. Ou, pelo menos, tenta tentar. Mas, seja lá o que quer que estivesse dando tantos “presentes” pra ele o tira a possibilidade de se matar. Nem sua vida era mais dele. É ai que o cara para. De vez. Como se tivesse cansado da ‘brincadeira’ o cara-que-dá-os-presentes-e-tira-sem-piedade resolve “devolver” a garrafa de água, colocando-a ao alcance das mãos do pobre coitado. Mas ai é tarde de mais. Ele já está morto. Certo, ta ali, de pé, com os braços estendidos e essa coisa toda, com a cara de sofrimento que nem as criancinhas famintas do nordeste conseguem fazer, mas ta morto. Por dentro. Já não tinha mais nada que o fizesse continuar. E, como disse o grande Caio Fernando de Abreu, “Tem coisa mais auto destrutiva que continuar sem fé nenhuma?”. E assim termina o espetáculo. A Segunda história por acaso te lembrou alguém sobre quem você leu hoje? Não? Ah, sim... Desculpe-me então. Fui só eu que relacionei coisas de mais por uma noite. Enfim, não era sobre isso que eu ia escrever hoje, mas, a peça foi fantástica, e eu sei que amanhã terei muito mais inspiração para escrever sobre minha deliciosa irritação. Ah sim, resolvi não deixar de escrever mais nada por falta de tempo. Nunca se sabe se esse pode ser meu ultimo texto não?

quinta-feira, outubro 1

'Só por uma noite.. ♪




Ela estava calada. E ia continuar assim. Ouviu tudo que tinham a lhe dizer sobre sua vida. Pela primeira vez a opinião discordante de seus amigos não lhe feria. Perguntas que não tinha resposta. Porquês que não mereciam explicação. Sim, ela sabia exatamente o que estava acontecendo e por que havia feito tudo o que fez, afinal, fora ela quem planejara cada detalhe. E era por isso que não ia se explicar dessa vez. Só dessa vez. Não havia tristeza em seu olhar nesses dias, e ela sabia bem disso. É verdade o lhe disseram, ela não havia comentado seus planos e nem explicado nada pra amiga que a questionava. E nem assim eles entendiam que dessa vez era pra ser diferente. Dessa vez não havia a opinião de ninguém para influenciar, só o desejo dela mesma. Dessa vez não havia conselhos de amigos sobre o caráter de ninguém, não havia pedidos de amigas, não havia favores, não havia o medo de ferir alguém. Havia apenas o que ela queria, o momento, e só. E ela teve. Sem se importar com o pensamento, o julgamento ou a presença de qualquer pessoa. Foi algo por ela, pra ela, e nada mais. Só dessa vez. Era a vida dela, sendo finalmente vivida como ela queria, e não como achava que ia doer menos, perder menos ou ferir menos. O menos não importava mais. E dessa vez, só dessa vez, ela iria aonde quisesse ir, com quem quisesse ir, e faria o que dessa vontade. É assim que ela vai ser. Só por essa vez. Não importa quanto tempo essa vez vai durar. E isso eles não iriam entender. Então dessa vez ela não ia se explicar. Ia ouvir, calada, mas não ia mudar. Não vai deixar pela metade, dessa vez.