quarta-feira, dezembro 30

Oswaldo Montenegro





Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que o homem que eu amo seja pra sempre amado
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A uma mulher inundada de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesma
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

terça-feira, dezembro 29



E eu cheguei a conhecer você, durante esse tempo...
               Nós vimos vários dias chegarem e partirem...
    E depois de todo o tempo que nós compartilhamos...
       Todos segredos contados...
Você vai sempre dizer "Eu Te Amo" ?
           E se você não me der nada,
nada mais do que isso,
  Eu já terei mais do que o suficiente.

Pelo resto da minha vida
      Pelo resto dos meus sonhos.
       Quando tudo ainda se completa...
Deixe-me fazer um pedido antes de cairmos no sono ?

    Deixe-me acordar com você do meu lado...
                                                Sempre...

ATO DE CONTRIÇÂO


Eu pecador, me confesso ao mundo
na consciência de um relâmpago
que dura apenas um segundo
todas as culpas, mesmo as que não tive...

Peço clemência a todos os meus sonhos
talvez tenham sido ousados
talvez além da conta, bisonhos
o fato é que morreram todos, antes de mim...

Esta é a culpa que devolvo ao mundo
não mereço ônus pelo que me foi roubado:
a crença e a esperança no amor
pelas quais tanto tenho lutado...

Por isso revogo meu ato, antes impensado
não há contrição em mim
declaro-me inocente, ignorante
qualquer rótulo que me queiram dar
pois meu único pecado foi amar...

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segunda-feira, dezembro 28


Ele a olhava. A meia-luz do fim de tarde fazia com que seus olhos ficassem com um brilho castanho-dourado, enquanto tudo em volta assumia tons de cinza. Era impossível pra ela dizer no que ele pensava. Ambos queriam não pensar. Ela se focava em olhar o rosto. Todo o desenho, cada traçado, o tom rosa pálido da boca perfeitamente desenhada, o sorriso que parece iluminar tudo ao seu redor. As sombras que o seu próprio cabelo fazia no rosto dele. Os olhos dele percorriam o rosto dela, todas as luzes e belezas que ela irradiava. E ambos olhavam os jeitos e trejeitos que tanto amavam, um do outro. Os jeitos e a luz e o cheiro e o gosto e o som e o mundo parece deixar de existir em um segundo infinito de silêncio e olhos nos olhos.


..A gente pode parar o tempo e ficar assim pra sempre ?

quinta-feira, dezembro 10

Cores e Doces '








Ela vivia sozinha. Havia se acostumado assim. Pessoas passavam por sua perfeita prisão de cristal, algumas até ficavam algum tempo, mas nenhuma conseguia toca-la atravez da parede, e, em algum momento, elas iam embora. Por vontade própria, ou não, apenas iam embora. E a prisão continuava gelada, e ela continuava apenas olhando a vida atravez das paredes.
Até que ele apareceu.
E ficou ali, parado, observando, assim como muitos outros fizeram. Mas com ele ali ela quis se levantar. Dar um passo. Chegar mais perto. Ele olhava, como se não houve uma imensa prisão ali. E ela sentia, pelo olhar dele, que era livre.
Foi então que ele estendeu a mão, passou pela prisão, e tocou em sua face. O calor que ela sentiu foi único. Ao olhar para ele ela notou que sua prisão fria não estava mais ali. Simplesmente não estava mais ali. Com ele ali ela era livre. Com ele ali era estava viva.
- Como você consegue esse brilho? Ele perguntou.
-Que brilho? Ela disse
-Esse que tem no olhar. Que ilumina toda a tua face e torna único teu sorriso.
-Sorriso... ?
-Sim. Teu doce e lindo sorriso, que me trouxe até você.
Foi quando ela notou que estava sorrindo. Já haviam lhe arrancado muitos sorrisos antes, mas nenhum era como aquele. Sincero. Ela olhou pra ele, cada detalhe, cada milímetro, cada pequeno movimento. E ali ela se apaixonou por ele, e por tudo que ele era. Foi quando ele a pegou no colo, abriu suas asas e voou pra longe. Lindas negras asas, que faziam com que ela se sentisse segura, finalmente.
-Obrigada.
-Pelo quê?
-Por me salvar. Por me tirar do chão e me fazer sentir segura. Por tomar minha vida em tuas mãos. Por me trazer a minha liberdade. Por fazer a minha vida. Obrigada.
-Você não tem que me agradecer. Você me trouxe cores e sabores, eletricidade. Você é o meu anjo. Meu doce anjo.Você me deu asas.

E ela descobriu que não precisava de mais nada. Podia passar a eternidade ali, sem se importar de fato. Sem pensar em mais nada.

terça-feira, novembro 24

Can you see ?



E eles ainda perguntam o que ela vê nele. Ele não é o cara ‘idealizável’ pra princesinha do papai. Ele não tem o histórico perfeito e a vida dos sonhos. E a pergunta insiste, por que ele? Por que ela vê o que ninguém jamais verá.
Ela vê o próprio sorriso, quando sai para vê-lo, quando sabe que a distância vai ser pequena, nula, entre os dois. Ela vê o brilho do proprio olhar, que ele acendeu. Ela vê tudo o que achou que não existia, o roteiro dos mais belos filmes de tornando real em sua própria vida. Ela vê um cara lindo.
Ela vê o abraço que nem mesmo seu pai poderia fazer melhor, o beijo que encaixa perfeitamente, o olhar mais multicolorido, o sorriso de 1001 faces, a face de 10000 de sorrisos. Ela vê eletricidade.

Ela vê a força que não tem, o inimaginável momento em que nada mais importa. Ela vê o perfume que nunca sentiu, mas que não sai nunca de si mesma; o sonho que se sonha acordado, o calor que tanto faz bem; o toque que acalma e aquece; a voz que faz tudo ficar bem. Ela vê  a presença da paz, da felicidade constante.

Ela vê nele o seu futuro. O seu tudo e o seu nada. Ela se vê, só que melhor.
Ela vê tudo que nunca soube que precisava, tudo que nunca achou que queria. Um porto seguro, sua fortaleza, sua vida toda pela frente.
Ela vê nele a única coisa que importa de verdade, ela vê a sua fonte de felicidade, seu amor verdadeiro e único, sua ultima história de amor.
Ela vê a única coisa que faz questão de ter em todos os instantes da sua vida.


E ela não se importa com o que ninguém vê. Ela o tem, isso basta. Até o ultimo instante de sua vida.

sexta-feira, novembro 20

Pequenas Epifanias


"Andei pensando coisas. Andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo. Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NUNCA.
Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio."

(Caio Fernando Abreu)


A diferença é que no dia que eu perder ele, eu morro.
Irônico chegar em casa e por acaso ler esse texto de primeira, não ?

quinta-feira, novembro 12

Ultimo.



Se eu puder ouvir
Sempre, pra sempre, enquanto eu viver,
no meu ouvido, na sua voz, 
pelo resto da minha vida,
Poderia ser capaz de acreditar em tudo.

Poderia até mesmo pular de um abismo sem me importar com o que pudesse vir de pior lá de baixo.




Poderia viver sem me importar com mais nada.

sexta-feira, novembro 6

"E no final, o amor que você recebe é igual ao amor que você faz..."


Houve um tempo em que você era só o amigo de outro alguém. “um cara legal” me diziam. “Um cara mal” me alertavam. Mas no fundo, eu só queria saber por mim mesma. Hoje a definição que eu uso pra você não corresponde a nenhuma dessas, mas não te explica pra ninguém, apenas pra mim. “Minha intocável cripitonita”. Não sei por que não consigo parar de sentir sua falta. Te vejo quase todo dia, e isso não é nada. Preciso voltar a te acordar as 2 da tarde pra ficar ali sentada ouvindo - ou não - coisas à toa vindas de você. Sinto falta disso. As palavras, as músicas, as tardes, os jogos que você narrava, tudo sempre foi mais do que essencial pra mim. Assim como você. Acho que nunca te expliquei isso de fato, mas você sabe melhor do que ninguém que eu nunca explico. Mas acho que você merece isso. Falei de você hoje, de um jeito que não tinha falado antes. Contei que suas palavras me colocaram de pé muitas vezes. Que secaram as lágrimas que nem chegavam a cair, mas estavam lá. De todas as vezes que seu abraço milagroso fez a dor ir embora. De todas as vezes em que eu estava sozinha, no escuro, e chamei por você, e o escuro ficou um pouco mais claro. Falei pouco até. Já tivemos conversas sobre tantas coisas, já passei noites com medo de te ver indo embora, já vi seu desespero por fazer algo pra me impedir de chorar por você, já briguei com você por nada, já não acreditei nas suas palavras, descobri que estava errada e não te deixei saber [mesmo acreditando que você sempre soube]. Já achei que nunca mais ia te ver, já achei que não saberia passar um dia sem você. Já chorei lendo seus textos, já passei horas pensando se o que você escreve era pra mim. Já quis do fundo do coração que fosse já desejei que não fosse nem uma linha. Já te liguei só pra ouvir sua voz, já tive noites em que dormi bem porque o seu ‘boa noite’ foi a ultima coisa que ouvi. Já me senti importante só por você ter me ligado. Já achei que eu não significava nada pra você. Já gastei meu dinheiro com cigarros só pra te ver ‘bem’. Já desisti de te perguntar se você ta bem. Já me arrependi muito de não ter dito tudo pra você. Já aprendi tanto com tão poucas palavras suas. Já cheguei em casa cheirando ao seu cigarro. Já quis que você acendesse um cigarro só pra sentir o cheiro, só porque era o teu cigarro, e o teu cigarro é bom. Já quis ter uma placa de vídeo pra poder jogar com você. Já aprendi a não me calar, graças a você. Já tive a ligação telefônica da meia noite mais especial da minha vida, por que você pediu pra eu ligar, pra me ouvir. Já achei que ninguém no mundo seria capaz de entender o que sinto por você, e ainda acho, só que agora não ligo pra eles, basta que você entenda. Já escrevi perfis só pra você e nunca te contei. Já tive vontade de te levar pra viajar comigo. Já fiquei realmente surpresa com atitudes ‘banais’ suas. Já quis largar tudo só pra te ver, por trinta segundos que fossem. Já tive certeza de que tudo ia ficar bem se eu simplesmente abraçasse você. Já abracei e funcionou. Já tive medo de te ferir. Já tive vontade de te ferir. Já te odiei por segundos. Já passei tempos achando que nunca seria capaz de definir o que você é pra mim, mas aprendi recentemente que o que não tem nome não é real, e o que não é real não é importante por que não existe, então acho que você tem o direito de saber o que é pra mim.
É o porto seguro que eu gosto de ter.
É o meu vício masoquista, por saber que é o remédio agridoce que eu adoro e a primeira coisa a me derrubar assim que me reergue.
É o espelho dos meus pensamentos, o único que sabe o que fazer pra que eu me enxergue.
É o anjo que me mantém com os pés no chão enquanto vôo e me mantém flutuando quando preciso de chão firme.
É a ‘coisa’ que me deixa mal, e depois me ensina algo bom, e depois me deixa feliz, e no instante seguinte com raiva, e no seguinte me levanta, e no seguinte me alegra, e logo depois me derruba e começa tudo de novo.
É a cripitonita que eu mantenho por perto.
É o Nerd que me inspira, o dicionário de frases marcantes que significam 5 trilhões de coisas.
É a força que eu não tenho, o ódio que eu sinto, o paradoxo que me completa de algum jeito.
É a pessoa pra quem eu mais devo.
É a virgula que concerta minha história, os 'cinco minutos' que me trazem 'vinte anos' de felicidade.
É o vilão que salva o dia, o herói que destrói tudo, o anjo que não voa, a droga que não fico sem, o cara que tem as melhores músicas, a minha vadia, o cara do piercing mais irritante, o cara que me deve uma viajem a Marte, o amigo que eu amo, o único que me convence que a vida é boa, o que pra mim vai ser sempre o Night.
O intocável, insubstituível, o amigo que me dá a mão e não mente pra mim. O alguém a quem eu devo um ‘Muito, muito obrigada’ que ainda acha que não merece ouvir.
Muito obrigada por entrar e permanecer na minha vida.
E desculpa as palavras sem jeito. Espero que você entenda.
Nem sei por que, só precisava escrever isso.
Obrigada, sempre.
Te amo

quarta-feira, novembro 4


Palavras jogadas fora por tanto tempo.
Por tanto tempo ela achou que conhecia os significados.
Nenhum deles representa coisa alguma agora.
Todos os significados, inúteis.
Todos os conceitos, refeitos.
Todos os sentimentos, pouco.
Todos os segundos já vividos, metade.
Tanto tempo foi levado pra que ela encontrasse o que te faltava, tanto tempo até que ele a encontrasse.
Ele chegou, entrou pela porta da frente e fez sua, a casa.
Chegou sem aviso, todo-poderoso, quebrando as regras, mudando os planos, criando confusão, trazendo paz.
Mesmo com tantos anos de brigas entre ele e ela, ela finalmente descobriu que não conseguiria mais tira-lo dali.
Ele mostrou pra ela como poderia fazê-la feliz, como poderia ser único, trazer tudo que sempre faltou.
Ela sorriu e o deixou tomar conta, perder o medo de deixar-se dominar.

Então o amor chegou, e tornou sua vida mais feliz.

Because days come and go, but my feelings for you are forever ...

quinta-feira, outubro 29


Me faz certa, estando errada.
Me faz errada, estando certa.
Me faz feliz, amando você.

terça-feira, outubro 27

Longo Caminho Pra Casa'




Nunca me cansei de falar que liberdade é pouco. Nunca me cansei de dizer que não pertenço a esse lugar. Nunca neguei que esperava. Sempre pedi um sentimento sem nome, um que os homens não houvessem inventado ainda.
Esperava o momento em que liberdade não fosse apenas uma palavra, fosse um sentimento real, algo que fosse completo em mim. Hoje me sinto assim.
Sempre esperei por esse sentimento único, indefinível. Sempre esperei pelo dia em que algo me deixaria sem palavras, pelo momento em que nada mais importasse a não ser o que eu sinto. Hoje tenho você. Que faz meus dias coloridos, que trás tons aos meus gostos e mistura meus sentidos. Você que me torna livre quanto mais me sinto perto.
Sempre esperei a hora de chegar em casa. E espero ainda. Dos meus maiores desejos, só me falta um. E, enquanto espero a hora de ir pra casa chegar, vou ‘construindo’ minha casa, criando meu caminho, aprendendo e amando. Não há mais ansiedade na espera, apenas a certeza de que ela ira terminar. Não quero medidas de tempo, são apenas números, sistemas de contagem que não me acrescentam nada.
Hoje sei que a espera não dói. Hoje espero com você.
Espero pelo dia que não nos despediremos um do outro. Iremos dizer um ‘até logo’ aos nossos amigos, você irá tomar minha mão e iremos juntos pra casa.
Aí não me faltará mais nada.

domingo, outubro 25

O número é par


No meio da minha pior tempestade
Das lágrimas, dos medos, da crise
Eu vi Você. Minha eterna manhã de verão.
E as suas palavras são a unica coisa que vou levar deste dia.




"eu também te amo"

sexta-feira, outubro 23

Como Um Soco no Estômago.

O ar falta. O chão some por alguns instantes.
E não há explicação que convença a cabeça que roda.
e roda, e roda, e me deixa cada vez mais tonta.
Eu já sabia, mas ainda assim não esperava.
De repente, lágrimas.
Só as noto quando já molham minhas mãos, pingando.
Um choro 'seco'. Sem motivo.
É, eu não entendo. Deve ser isso que chamam de medo.
Queria saber o que temo, se é a mudança ou a possibilidade que ela não aconteça.
Acho que absorvi a dor dela. Se pelo menos ela tivesse parado de sofrer, valeria mais a pena.
Bom, que seja.
ainda estarei aqui, de braços abertos, quando a hora chegar.
Quando e se  ele chegar.

quarta-feira, outubro 21

Pra que você entenda.





Quer mesmo saber? É do gosto que fica na boca, é da boca que deixa o gosto.
Eu gosto do calor das mãos, que atravessa o pano da roupa e esquentam a pele. E eu detesto quando as mãos não estão em mim.
Eu gosto do jeito que as mãos se encontram na minha nuca, e se perdem em meus cabelos, e me puxam pro seu beijo. Até me faz detestar menos o tempo que passo desembaraçando o cabelo quando eu chego em casa.
Eu gosto do teu riso bobo sobre as coisas bobas que eu falo. E eu não me preocupo mais com as coisas bobas que falo, por que só elas causam esse riso que eu adoro tanto.
Eu gosto dos tons da tua voz. Todos eles. E da cara que você faz quando eu falo dos teus tons, e da sua surpresa por não saber quando usa, e da sua vontade de controlá-los. Ainda não consegui pensar em nada que me irrite sobre isso.
Eu amo o olhar que você tem quando me vê. O riso contido, que sua boca não mostra e teus olhos gritam. E nada dói mais do que o teu olhar quando eu tenho que soltar tua mão. Bom, só o primeiro passo. O mais difícil na hora de ir pra casa.
Teu jeito, teu abraço, teu beijo.  Eu adoro. Adoro deitar minha cabeça no vão do teu pescoço e sentir tua respiração. Ouvir tuas palavras, não conseguir conter o sorriso idiota que surge em mim por acreditar no que você diz. O jeito pausado com que você me explica o que pensa, o que faz e por que faz.Suas crises, seus ‘gritos’, toda raiva súbita que você sente quando a tarde cai e eu tenho que ir.
Não gosto de não conseguir te falar tudo que vem a minha mente. Não gosto de sentir raiva por sua causa. Não gosto de me despedir de você. Não suporto ter que ir pra casa. Odeio ter que sair do teu abraço, odeio não ter você perto o suficiente mesmo com você do meu lado, odeio ter que dividir você com o mundo, odeio quando seu telefone toca, detesto quando você fuma, não suporto quando eu te preocupo, quando não posso fazer nada pra resolver seus problemas, quando não sei o que você está pensando, quando acho tudo que faço extremamente inútil, quando você se cala por medo de dizer o que eu não quero ouvir, quando o beijo acaba, quando eu quero mais que tudo ouvir sua voz e você ta longe, quando eu não posso simplesmente te roubar pra mim e te manter SEMPRE por perto. Odeio como eu simplesmente não consigo te dizer tudo isso. Odeio não estar com você em cada segundo do meu dia. Odeio nunca achar que sou importante o suficiente pra você me manter ao seu lado. [Mas ai vem você, fala tudo que consegue confundir minha cabeça e eu esqueço que me irrito]. Detestava ficar com vergonha, ficar irritada, ou qualquer coisa que não fosse controlável; mas você gosta, e me faz querer que você conheça todos os meus lados, até os que eu não conheço muito bem.
Você me irrita, me confunde, me diverte, me faz um bem que nem eu sabia que podia sentir com alguém. Não saber o que pode acontecer é maravilhoso. E é mais maravilhoso ainda por que é com você. Desculpa se eu nunca te digo nada disso, mas as palavras sempre me fogem quando eu te vejo. Queria que você entendesse o que passa na minha mente, que cada música que escuto é pra você, que cada coisa que vejo, lembro; cada segundo que passa é em você que penso. Não me preocupo com o que eu não gosto porque o que eu gosto vale muito, muito mais. Gosto de tudo que você faz, gosto do que temos, gosto do jeito que você me faz sorrir. Gosto de você. E é só isso que me importa agora.

quinta-feira, outubro 15

Você acredita ?

- O destino?
- É, Otávio, o destino. Eu pensei o seguinte: se ele fosse embora direto, sem sequer olhar para mim, eu ia esquecer, achar que era pra ser assim mesmo, mas, se em vez disso ele ficasse por lá, passasse na livraria ou fosse beber alguma coisa no café, então seria um sinal.
-Um sinal, e o que esse sinal indicaria?
- Indicaria que havia algo entre nós, uma história que estava por começar, e que ele também sabia disso, e, se não sabia, não importava, já que não há como escapar dessas coisas. Você não acredita em destino? Eu acredito, acredito em quase tudo, é besteira acreditar, eu sei, mas também é besteira não acreditar, eu acredito que há sinais que a vida te dá, sinais que você deve levar a sério, que são importantes, que estão querendo te dizer alguma coisa.
-É possível...
[...]
-Laura, o que você esperava encontrar nesse homem?
Ah, eu esperava tanta coisa, que ele tirasse um ramo de flores da manga, que recitasse para mim um poema francês, que beijasse a minha mão ao me cumprimentar e me ajudasse a vestir o casaco ao sair de casa, que estendesse um tapete vermelho para que eu pudesse passar sem sujar os sapatos, coisas assim, pensava.
- Sei lá o que eu esperava Otávio, provavelmente nada.


Trecho reitado do livro Toda Terça, de Carola Saavedra , livro perfeito por demais, que eu ainda estou lendo.

terça-feira, outubro 13

Ain't it good to know you've got a friend?

Mas eu já tentei de tudo só pra te mostrar
Nunca quis que fosse assim
Precisar de alguém pra aceitar
O que há de errado em mim
Eu nunca quis que fosse assim

O sorriso falso
Estampado em seu rosto,
Palavras sem sentido
Pra tentar me convencer

Que é ilusão
Viver assim
Achar que o mundo inteiro
Irá pensar igual a mim

Mas eu já tentei de tudo só pra te mostrar
Nunca quis que fosse assim
Precisar de alguém pra aceitar
O que há de errado em mim

Eu nunca quis que fosse assim. ♪♫


Conselhos, julgamentos, e só. Onde está o alguem que pergunta "como você está?"
É tudo que eu quero. Sorrir como estou sorrindo agora, sem ser julgada.
É tão dificil entender que tudo que eu preciso é VIVER?
Não é que eu não me importe com o que você diz.
Não é que eu não saiba que só tentar achar o melhor pra mim.
Mas tente entender uma coisa :
Eu estou melhor agora.
Não finja que não me conhece, não minta que eu não avisei.
Eu sou assim, sempre fui. Procuro o que é melhor agora, mas não esqueço do que vem depois, nunca esqueci.
Meu futuro está sendo construido. Isso é FATO.
Mas isso não quer dizer que eu precise de um marido nele. E não é o homem perfeito que eu estou procurando. Eu não procuro mais nada.
Não é mais um estranho que eu vejo quando me olho no espelho.
Vejo o que sempre procurei, o sorriso que faltava, o brilho que eu achei.

Então me diga, com toda a verdade que você sempre usa :

Ser feliz é motivo para perder um amigo?

segunda-feira, outubro 12


É doce. É doce de um jeito completo. Não é aquele gosto que permanece adocicando a boca, é um gosto que vai sumindo, ficando apenas o quero-mais. Um doce bom, difícil de encontrar, um doce que abre o apetite e nunca mata a fome. Nunca é o bastante, nunca é pouco. Não é tudo. O doce se espalha pelos braços, pelos abraços, pelo toque gentil e quente que tem nas mãos. Doce que fica no ar, que fica em mim, que não se acaba, que provoca deixando só a vontade. Doce que fica no cheiro, cheiro que fica no corpo. Doce que fica na boca. Doce que se mistura com Cítrico e Mel, e gosta. Doce que me diverte, me encanta, me faz bem. Doce que não é meu, mas fica por perto, só pro meu prazer.
Por que o meu prazer é teu também. É teu sorriso, teus olhares, todos os tons da tua voz. É divertir-te. Estar com aquele que faz bem, que se importa, que já aprendeu como agir. Descobrir teus risos secretos, ter certeza que você entende exatamente o que eu quero dizer quando eu digo. Compartilhar o que eu só compartilho contigo. É sentar pra conversar até o sol nascer. É fazer o diferente, o que nunca é feito. Prazer é ser a exceção.
Doce Prazer, sinônimo de Você.

quinta-feira, outubro 8

O Ultimo Texto.







Não que esse seja o meu ultimo texto, claro. Estava eu assistindo a uma peça de teatro esta noite e antes mesmo do fim da peça me peguei pensando em como seria meu ultimo texto. [Não sei por que ainda uso expressões como “me peguei pensando”, como se fosse possível não saber no que eu mesma penso. Mas enfim, continuando...] A peça se chama “A Ultima Gravação de Krapp” e é interpretada por um simpático velinho na pele de um solitário senhor. Krapp está com cerca de 70 anos e se senta em seu escritório para ouvir uma gravação feita quando tinha 39 anos. Descobre com humor que velhos hábitos não mudaram, como comer 3 bananas antes de grava ou ouvir alguma coisa, e lembra-se de como era sua vida. Não muito diferente do que é agora, imagino, já que naquela fita Krapp já estava sozinho e vazio ao gravar. Só havia uma coisa diferente em seu passado, algo que o fez praticamente chorar quando ouviu; o fato de que ele amava. E ele conta, com alegria não-disfarçada na fita que ela o olhou. Para tudo. Ta certo que não é por que o cara ta apaixonado que o fato da garota olhar pra ele vai ser tão tocante como se ela tivesse tascado-lhe um beijo. Ta, beleza, pode ser que naquela época significasse tanto, mas acho que ele simplesmente interpretou de um jeito diferente. Por que ele havia pedido pra ela olha-lo. E ela olhou. “Deixou-me entrar” foi o que ele disse. Mas creio eu que tamanha felicidade não se devia apenas a este fato. Eles haviam realmente compartilhado alguma coisa. Ta, estavam sozinhos em um barco encalhado em pleno anoitecer, mas a gente ignora esse detalhe. O fato é que o cara estava pra lá de feliz. De verdade. E por ouvir tanta felicidade antiga, ele agora chorava. É, ele realmente havia amado alguém. E esse alguém, ele perdeu. Lendo sobre a peça descobri que ela foi inspirada numa namorada de juventude do autor que faleceu prematuramente devido a uma grave doença. Mas seu não tivesse lido nada a respeito, eu ainda saberia. A dor dele é profunda demais, chega a dar pena do velinho, sério mesmo. E logo depois de ouvir a gravação – entre eventuais choros, socos na mesa e goles de bebida – ele começa uma nova. Suponho, pelo titulo da peça, que seria sua ultima. E ele estava realmente triste. É incrível como isso é nítido. É proporcional a felicidade que ele sentia 30 anos atrás quando gravou que finalmente estava nos braços da mulher amada. Agora ele lamentava. Poda ter ficado mais tempo com ela, mas não. Era jovem, tinha muito que estudar, muito que aprender, tolice! Ele podia ter amado, e não quis. Quis, sim, é verdade, dava pra notar no tom de sua voz que ele queria. Mas não foi o que fez. E é assim que ele termina a gravação, a peça e, possivelmente, a vida. Lamentando ter o amor em suas mãos, saber senti-lo, mas ser jovem demais para acreditá-lo. É Nesse ponto da minha reflexão que começa o segundo momento do teatro, “Ato 1 Sem Palavras”. Que também é fantástico, quando você entende. Confesso, não prestei tanta atenção no Sem Palavras, estava ocupada demais com meus devaneios sobre o Krapp. Pobre Krapp. Mas não posso deixar de admitir que a segunda peça foi, no mínimo, muito interessante. Totalmente silenciosa, por parte do personagem, claro, que por sua vez seguia um irritante apito que – acho eu – queria lhe dizer que havia algo pra ele. Seu desejo é extremamente simples: água. Mesmo com o tempo chuvoso e coisa e tal, admito que até eu estava começando a sentir calor com toda aquela luz sedo refletida do palco. Parabéns à iluminação do SESC, fizeram um excelente trabalho. Certo, voltando a história da peça. O Cara estava ali, naquele sol todo, querendo uma garrafa de água. Eis que surge, milagrosamente pendurada por uma corda, a bendita garrafa de água. Inalcançável. Pausa para a análise. O cara tem, praticamente nas mãos, aquilo que mais quer, que mais precisa, e simplesmente não tem forças para agarra a garrafa: está muito alta. Alguém já viu um pobre velhinho com uma história parecida, ou fui só eu? Ok, voltando. Eis que milagrosamente surgem na história uma tesoura, dois grandes quadrados de madeira (que o velho inteligentemente usa para tentar pegar a garrafa, mas é em vão) e uma corda que ele usa para “laçar” a garrafa. Adianta? Não. É ai que passa pela cabeça dele se matar enforcado. Como eu sei disso? Simples. Pela cara de sofrimento e alívio que ele faz quando vê o nó na corda num tamanho suficiente para encaixar a cabeça ali dentro e pula de cima das madeiras. E ele tenta. Ou, pelo menos, tenta tentar. Mas, seja lá o que quer que estivesse dando tantos “presentes” pra ele o tira a possibilidade de se matar. Nem sua vida era mais dele. É ai que o cara para. De vez. Como se tivesse cansado da ‘brincadeira’ o cara-que-dá-os-presentes-e-tira-sem-piedade resolve “devolver” a garrafa de água, colocando-a ao alcance das mãos do pobre coitado. Mas ai é tarde de mais. Ele já está morto. Certo, ta ali, de pé, com os braços estendidos e essa coisa toda, com a cara de sofrimento que nem as criancinhas famintas do nordeste conseguem fazer, mas ta morto. Por dentro. Já não tinha mais nada que o fizesse continuar. E, como disse o grande Caio Fernando de Abreu, “Tem coisa mais auto destrutiva que continuar sem fé nenhuma?”. E assim termina o espetáculo. A Segunda história por acaso te lembrou alguém sobre quem você leu hoje? Não? Ah, sim... Desculpe-me então. Fui só eu que relacionei coisas de mais por uma noite. Enfim, não era sobre isso que eu ia escrever hoje, mas, a peça foi fantástica, e eu sei que amanhã terei muito mais inspiração para escrever sobre minha deliciosa irritação. Ah sim, resolvi não deixar de escrever mais nada por falta de tempo. Nunca se sabe se esse pode ser meu ultimo texto não?

quinta-feira, outubro 1

'Só por uma noite.. ♪




Ela estava calada. E ia continuar assim. Ouviu tudo que tinham a lhe dizer sobre sua vida. Pela primeira vez a opinião discordante de seus amigos não lhe feria. Perguntas que não tinha resposta. Porquês que não mereciam explicação. Sim, ela sabia exatamente o que estava acontecendo e por que havia feito tudo o que fez, afinal, fora ela quem planejara cada detalhe. E era por isso que não ia se explicar dessa vez. Só dessa vez. Não havia tristeza em seu olhar nesses dias, e ela sabia bem disso. É verdade o lhe disseram, ela não havia comentado seus planos e nem explicado nada pra amiga que a questionava. E nem assim eles entendiam que dessa vez era pra ser diferente. Dessa vez não havia a opinião de ninguém para influenciar, só o desejo dela mesma. Dessa vez não havia conselhos de amigos sobre o caráter de ninguém, não havia pedidos de amigas, não havia favores, não havia o medo de ferir alguém. Havia apenas o que ela queria, o momento, e só. E ela teve. Sem se importar com o pensamento, o julgamento ou a presença de qualquer pessoa. Foi algo por ela, pra ela, e nada mais. Só dessa vez. Era a vida dela, sendo finalmente vivida como ela queria, e não como achava que ia doer menos, perder menos ou ferir menos. O menos não importava mais. E dessa vez, só dessa vez, ela iria aonde quisesse ir, com quem quisesse ir, e faria o que dessa vontade. É assim que ela vai ser. Só por essa vez. Não importa quanto tempo essa vez vai durar. E isso eles não iriam entender. Então dessa vez ela não ia se explicar. Ia ouvir, calada, mas não ia mudar. Não vai deixar pela metade, dessa vez.

segunda-feira, agosto 24

Don't let memories go of me and you; The world is down there out of view ...


Ele senta na velha pedra. Aquele lugar sempre foi o seu lugar. “Ela não está aqui”. Ele olha o lago. Aquelas águas frias e calmas refletem tudo que ele tem. Tudo que ele deixou para traz. Tudo que ele perdeu. “Ela não está aqui”. Uma lágrima começa a nascer do canto de seus olhos. A poeira das ruas da cidade cobre seus pés. “Ela não está aqui”. Ele voltou a esse lugar por ela. Essa cidade proibida não tem nada para ele; exceto ela. “Ela não está aqui”. A Guerra acabou agora. Eles poderiam ficar em paz... se ela estivesse esperando. Ela me esqueceu. A lágrima que começava a nascer, morreu de repente, antes mesmo de rolar, quando este ultimo pensamento cruzou sua mente.
“Ela me esqueceu...” repetia ele, para si mesmo, enquanto fitava seu próprio reflexo contrastando com a calmaria da água. Sim, ele havia prometido ‘Nunca esquecer. Nunca’. Nenhum tempo seria capaz de apagar a promessa. Nem mesmo a morte seria capaz de apagar a memória. Mas... Ela não está lá. Ela não o viu voltar, não correu para os seus braços como jurou que faria. Ela se foi, e não tem volta. Ele sente-se magoado, traído, irado. Não quer mais saber. Não vai procurá-la.
Ele não sabe da carta que ela deixou. E nem vai saber, por que não se deu ao trabalho de procurar vestígios dela. Ela teve que partir, é fato, mas ela iria voltar, eles teriam tempo para se encontrar de novo. Não foi sua escolha não estar ali, no mesmo campo, olhando para o mesmo lago que ele agora olha, esperando que ele voltasse. E ele nem imagina quantas tardes ela passou olhando para aquele lago, sonhando com o momento em que o veria chegar e toma-la nos braços. “Malditos problemas” praguejava, enquanto pensava em como ele iria ficar triste se chegasse e ela não estivesse.
É verdade, ele não sabia a que linhagem ela pertencia, mas era ela a herdeira da família, o que podia fazer? Teria que se apresentar. Seu pai havia escolhido um péssimo momento para finalmente agir como pai. Apenas sua morte era capaz de faze-la ver a família de novo. E ela tinha que ir.
Deixou uma carta para ele, para que ele soubesse. “Nunca esquecer. Nunca.” Ela repetia para si mesma, enquanto secava as lágrimas e olhava para o lago. O mesmo lago. Sempre o mesmo lago. O lago onde se conheceram, onde passaram seus melhores momentos, onde se separaram. O lago que guarda as lágrimas que ela derramou enquanto escrevia a carta. O lago que o viu partir com ódio no coração, culpando-a por algo que nunca fez. Nunca esqueceu. O mesmo lago que refletia tudo que ela tem. Tudo que ele deixou para traz. Tudo que ela perdeu.
A carta era simples. Seu irmão devia entregá-la, mas o Soldado partiu do mesmo modo que chegou. Sozinho e quieto. Mas sem motivos pra seguir, dessa vez. Se ele tivesse lido, saberia. Saberia que ela ia voltar para os seus braços, saberia que nem a morte poderia separá-los. Saberia que ela nunca esqueceu.
“Queria ser a primeira a abraçá-lo e vê-lo em casa. Só haverá realmente uma casa para descansar depois que tudo estiver resolvido. Eu vou voltar a vê-lo. Peço que me espere, do mesmo modo que esperei dias e noite por seu regresso. Sei que meu motivo para partir é muito menos nobre, porém minha partida será muito mais curta. Eu volto.
Renovo aqui minha promessa: Nem que a morte chegue, nem que os continentes nos separem, nem que a eternidade acabe; eu nunca irei te esquecer.  Então lhe peço, amado dono de meu coração, não esqueças de mim.”.
Ele partiu, sem ler a carta, sem saber da verdade, com mágoa em seu coração. Ela? Passou a vida esperando-o, e ainda hoje o espera. Espera que ele note o seu engano, que o que os uniu seja mais forte do que o que os separou e ele possa finalmente se deitar em seu abraço. Uma vez lhe disseram que 'casais apaixonados nem sempre ficam juntos no final', mas ela sabe. Sabe que se não estão juntos, é por que não chegou ao final ainda.

quinta-feira, agosto 13

Caio Fernando de Abreu

"porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência."

segunda-feira, julho 20

Por eles ~



"A true Friend is the one who holds your hand and touches your heart "
Por que é assim ô, você nasce, cresce e enquanto se desenvolve conhece pessoas. Ai você fica amiguinho delas. Ou não. Ai o tempo passa, você fica adolescente e começa a encher o saco de todo mundo na sua casa, tanto que ninguém quer saber de você por perto. Ai você vira um aborrecente e vai encher o saco de quem? Dos seus amiguinhos. Lembra deles?
Aqueles que você conhece já tem séculos, que você chama de “corno”, “viado”, “véih”, ou qualquer outro apelido carinhoso. [intimidade é uma merda. /fato] Aqueeles que te gritam do portão e ainda reclamam que você ta demorando pacaraca, ta “tratando mauzão mane!” Pois é... Aqueles ingratos que praticamente têm a chave da sua casa, mas não são capazes de abrir a porta da geladeira e pegar uma garrafa de água. Aqueles seres que te passam um milhão de manias e depois reclamam do jeito que você ta falando. Aqueles inúteis que prometem que vão à sua casa tocar uma viola, e.. Nada! Ficam lá, no PC, jogando um ragzinho ou uma Pump... éé ... É tenso.
Ai me vem um infeliz e pergunta... “Você não vai escrever nada sobre o dia dos amigos, não?” Pra quê?
Pra dizer pra esses trastes que passar o dia com eles, mesmo que fazendo nada, é melhor do que um dia de Pump grátis?
Dizer que simplesmente amo quando eles se reúnem pra tocar um violão, mesmo que eu seja a única que ainda não sabe tocar nada?
Dizer pro animal do Gui que podem vir mais cinco anos que ele ainda vai ter que me aturar agredindo ele? E que nem adianta reclamar, porque eu sei que ele adora?
Dizer pro chato do Hugo que mesmo ele ficando quieto no canto dele, e sendo um cornomaldito chato com QUALQUER jogo ele nunca vai deixar de ser meu maninho querido que eu amo e que nunca vai ver meu lado mal [só na hora das cosquinhas (6)] ?
Dizer pro negão do Gustavo que mesmo que eu o maltrate às vezes, ele sempre vai ter um cantinho especial no meu coração?
Dizer pra peste do Caio que eu o amo?Que ele pode xingar, brigar, irritar e encher o saco todo santo dia por mais 15 que ele ainda vai ser o melhor amigo que eu poderia ter?
Dizer pra Gabrielle que nada nesse mundo pode ser maior do que o que ela é pra mim? Que eu prefiro morrer a perdê-la?
Dizer pra esse bando de chatos que andam comigo que não tem graça fazer nada quando eles não estão por perto, mas que qualquer coisa – por mais besta que seja – estando com eles torna meu diz feliz? Que eles são o motivo da grande paixão pela música, pelo Rag, pela Pump, pelo The King, pelo futebol e por todas as outras coisas que me fazem lembras dos nossos momentos? Que eu troco qualquer coisa pelos nossos momentos?
Dizer pra eles que eles são os melhores amigos que alguém pode ter, que eu quero passar o resto da minha vida podendo chamá-los de amigos? Que eu desejo um Feliz Dia Do Amigo pra eles? Que o meu foi feliz por que eu estava com eles?Que o mundo seria um lugar melhor sem eles, mas ai não ia ter tanta graça e eu não seria nem um pouquinho feliz? E você ainda me pergunta se vou gastar meu tempo pra colocar um texto no meu estimado blog com todas essas coisas gay’s só pra eles? Pra quê?
Eles já sabem ;D

quarta-feira, julho 15

Doce Lar ~

Quando eu voltar para casa quero passar minhas mãos pelas folhas verdes que fazem meu caminho; Quando eu estiver voltando quero o calor de tarde quente me envolvendo, quero o vento frio em contraste, bagunçando uma vez mais os meus cabelos, que também tinha deixado para trás. Quando eu estiver chegando, quero a luz doce atravessando a casa, iluminando o caminho de cada passo, quero sentir o sol no meu rosto. Quando eu voltar pra casa, quero que aquele cheiro doce de canela venha da cozinha e se misture com as flores no jardim e me invada, me dando a certeza que cheguei em casa. Quero que a terra molhada amacie meu caminho, pois eu estou voltando pra casa. Quando chegar em casa, trarei um sorriso no rosto, e um olhar mais brilhante. Tarei um gosto de felicidade e saudade, muitas lembranças e um longo caminho pela frente. Quando eu chegar a minha única casa, serie de novo a criança que fui, viverei o passado que não tive, o presente que amo e o futuro que anseio. Quando eu chego em casa, o dia me acorda e percebo que foi apenas um sonho. Ainda há um longo caminha pra casa, mas, quem sabe, um dia eu volto...

segunda-feira, maio 25

Te Uso ~

Meu universo é confuso
uso e desuso faço e abuso mas, no fim; ainda sou apenas eu. Não que você entenda.. Não que isso faça diferença... Não que eu me importe. Me recuso; reinvento, meu proprio invento; meu mundo, recluso. Apenas para meu próprio uso.

sábado, maio 23

Sob A Luz da Lua ~

Capitulo quatro da Série "A Águia e a Rosa". para acompanhar a história completa da Grande Planicie e seus personagens, leia o blog do Áquila~ Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência [2]

“Mas não é bem assim...” Riu-se a Pantera, desviando do olhar profundo da Águia. -Eu até que gosto dele...

- Você está brincando, não é? – Retrucou Áquila, ferozmente, não acreditando nas palavras da amiga.

- Ele me diverte. Adoro jogos desse tipo, você sabe bem... E é tão fácil com ele...que chega a ser idiota! Mas, ainda assim aquele Urubu me diverte.

E riu novamente. A risada da Pantera ainda desconcerta a esperta Águia. Fazia pouco tempo que a Pantera havia retornado à Grande Planície e eles haviam reacendido a amizade que já os havia unido no passado. O motivo de a Pantera ter retornado ainda era um mistério para Áquila, mas ainda sim ele gostava da compania dela.

- Você vai saber querido, quando tudo que eu planejo estiver concretizado. Ainda não é hora de encerrar isso. Há muito mais a ser feito... – Disse-lhe a Pantera, como se pudesse ler sua mente, despertando-lhe do breve devaneio em que se encontrava.

- Juro, tenho medo de você às vezes...

- Não precisa, querido. Apenas não me dê motivos para ser má. – Sorri novamente a Negra Pantera, já pensando em seus planos em andamento e os resultados já alcançados.

A Lua Cheia já subia enquanto eles conversavam. A luz prateada fazia as penas azuis de a doce águia ganharem um tom cálido e frio, e tornava o pelo da pantera ainda mais negro. O olhar maquiavélico banhado em prata e o sorriso cruel, de canto, completavam o quadro de seu rosto, dando-lhe um ar sombrio.

Áquila a observava. E estremecia. Muita coisa não se encaixava sobre ela... Mas esse não era o momento de desvendar os mistérios da Pantera, havia uma guerra muito maior sendo travada, e essa Guerra a esperta ave conhecia bem.

- Você me disse – soou a voz da Pantera, quebrando o silêncio frio e a linha de pensamentos da águia, como se ainda pudesse lê-los – Que o Lobinho está irritado, não é?

- Sim. E pare de chamá-lo assim! Você vai acabar arrumando uma briga!

- Não se preocupe comigo que com o Lobinho eu sei lidar. Mas me explique isso direito, ele vai mesmo perder tempo enfrentado aquele Urubu?

- Você realmente me confunde! Há um minuto ele era um cara legal que te divertia e agora é ‘aquele urubu’? Acho que vai, sei lá. O Ookami consegue ser tão sombrio quanto você, nunca sei qual será o próximo passo dele.

- Será burrice se eles se enfrentarem agora. Ainda é cedo. E acho que ele sabe disso... – um sorriso unilateral foi brotando da face da pantera enquanto as palavras eram desenhadas por sua boca. Algo muito misterioso e cruel era materializado ali e isto fez a águia estremecer. – Pobres animais... – disse a Pantera, por entre o sorriso, após um interminável segundo de silêncio.

- Um diz você vai me dizer por que deixou seu bando e voltou para a Grande Planície? – Diz a águia, tentando mudar o rumo do assunto.

- Os deixei por que eram lentos e burros. Não conseguiam acompanhar o raciocino e isso me fazia perder toda a diversão. Tenho que ir. Algumas coisas ainda precisam ser ajeitadas por aqui...

E a Pantera põe-se a caminhar em direção à clareira sob o olhar astuto e confuso da águia enquanto reflete em seu próprio o brilho intenso do luar e da maldade felina. “Pobres Animais” pensa consigo mesma, e inconscientemente faz brotar em sua face aquele mesmo sorriso sombrio, frio, cruel, que nem ela mesma sabia possuir.

Ao longe se podia ouvir o Uivo agudo e intenso de um lobo raivoso ecoando pela clareira. Enquanto a Lua Cheia ascendia tomando conta do negro manto celeste, as palavras ecoavam pela mente confusa e astuta da Pantera, escapando lentamente por entre os dentes afiados que compunham seu sorriso; quase podia se sentir o gosto intenso e amargo delas, quando foram pronunciadas lentamente e em voz baixa pela Pantera que seguia em paz seu longo caminho.

“Pobres animais...”

Capitulo quatro da Série "A Águia e a Rosa". para acompanhar a história completa da Grande Planicie e seus personagens, leia o blog do Áquila~ Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência [2]

segunda-feira, maio 18

Vamos à Marte?

Vamos a qualquer lugar, qualquer um que não seja aqui.

Vamos pra onde você quiser ir.

Pra onde você for, eu vou contigo.

Sem você eu não consigo.

Não se despeça agora, ainda não é hora,

Você ainda me deve aquela viajem.

Não vou te deixar ir assim,

Sem rumo, sem volta, sem mim.

Não quero ficar apenas com as lembranças, com as imagens do que poderia ter sido, com os fantasmas do que não foi dito.

Não aceito, não quero, não suporto.

Não dá!

Enquanto a lágrima rola e a saída não vem,

Enquanto o mundo não para e eu não posso te fazer bem

Enquanto você estiver longe, e ainda pensar no que ficou;

Lembre-se:

Eu te espero.

E você vai voltar, pra tudo, pra mim.

E quando outras lágrimas rolarem, por outros milhares de insignificantes motivos,

Vai ser a sua imagem que vai me segurar de pé, em frente.

É por você.

Por que ainda nos falta muito.

Por que eu, como a fraca e tola que sou, não aceito perder.

Por que trinta segundos não bastam.

Por que vai ser melhor.

Por que o ficou calado, não será esquecido nem apagado.

Por que o que eu preciso, só você tem.

Por que eu acredito.

Acredito em você, acredito no futuro.

Acredito nos conselhos que nem sempre sigo, e nas brincadeiras que nunca esqueço.

Acredito nas palavras, mesmo que sejam apenas palavras e não existam provas delas.

Desculpe-me. Por não poder te fazer ficar como prometi que faria.

Por não ter aquilo que você procura.

Por não ir com você.

Desculpe-me.

Você sabe que eu faria qualquer coisa.

Você sabe que eu te amo.

Você é parte do que eu sou.

Sei que você tem que ir, mas me prometa que volta logo.

Estarei esperando

E ai sim, iremos juntos à Marte.

quinta-feira, abril 23

The River ~

As pegadas que me seguiam Tomaram seus próprios caminhos Eu vi o bastante agora para saber Que coisas bonitas Nem sempre permanecem assim Eu fiz o bastante agora Para saber que este belo lugar não é tudo o que dizem Eu ouvi dizer que o diabo vem disfarçado Como uma cidade de anjos Eu estou andando para a luz Batizado no rio Tive uma visão da minha vida E eu quero ser entregue Na cidade havia um pecador Eu fiz muita coisa errada Mas eu juro que acredito Como o filho pródigo Eu estava fora de si Agora estou tentando encontrar o caminho de volta pra casa Batizado no rio Eu me entrego Você vem de uma cidade pequena, Você crescerá rápido sob essas luzes Nas avenidas de Hollywood, o morto volta a vida Para a mãe que reza e o pai preocupado, deixem seus filhos irem Se eles voltarem, eles voltarão mais fortes E se não voltarem você saberá Eles dizem que o diabo vem disfarçado Como uma cidade de anjos, Eu estou andando pela luz Eu confesso Eu sou um pecador

terça-feira, abril 14

A Flor ~

‘ Bem me quer, bem me quer’; diz a flor que te dei. Pequena e singela flor que carrega em si sentimento maior do mundo, carrega parte de mim. Imortalizadas estão, doces pétalas que me deu. Guardadas por entre as páginas do livro da existência, minha existência. Na mesma página em que ficou registrado aquele dia; aquele banco, aquele sonho. Nossos cinco minutos de sonho, de felicidade, de lembranças do fim de nossas vidas. O momento mais perfeito que, em meros cinco minutos, pode caber. E que vai durar para sempre, como deve ser. Como eu e você Como a nossa flor.

segunda-feira, abril 6

Daqui a uma hora ~

Me disseram que por amar agluem, e querer tanto esse alguem com você, acaba-se acreditando no "pra sempre", pois realmente se quer estar com essa pessoa "pra sempre". Me disseram também que, por acreditar no "pra sempre" acaba-se não dando o devido valor com o tempo que temos com a pessoa amada. 'Tudo bem se eu passar dois dias sem te ver, temos a eternidade inteira pra ficarmos juntos... !! '
Mas e se a eternidade não existir? E se o "pra sempre" for realmente uma ilusão vinda de um desejo ? E se, um dia, você encontrar o amor da sua vida, vocês começam um relacionamento perfeito, você tem certeza que é com ele(a) que quer passar o resto da sua vida, que nada pode separar vocês, que é pra sempre, que você são novos e tem uma vida inteira pela frente... Vocês se encontram, saem juntos, passam um dia inteiro com os amigos, curtindo e sendo felizes para sempre, até ele(a) resolver dar uma volta com os amigos. "em menos de uma hora tô de volta, amoor!" E você acredita. Você ri, brinca, e neem sente aquela hora passar. Mas ela passa. Ai você descobre que ele(a) não voltou; mas nem se preocupa! afinal, você tem a eternidade inteira pra estarem juntos! Que diferença faz uma hora? Faz diferença se aquela hora é a ultima. Se ele(a) não voltar nunca mais, se aquela ultima frase ficar ecoando na sua cabeça, se as lágrimas não pararem de rolar, se a mente ficar repetindo "eu devia ter passado mais tempo com ele(a), eu devia ter demonstrado mais o que eu sentia..." Nesse momento faz diferença. No momento em que o corpo gela, tudo ao redor roda, enquanto você processa a informação de que acabou. Isso aí, acabou, é o fim, não tem outra chance, não tem outro minuto a mais no telefone, não tem outro beijo de despedida, acabou. E, sabe o que é pior? Você ainda fica esperando aquela uma hora acabar. Você ainda fica esperando que ele(a) volte, afinal, ia ser pra sempre, não ia? Mas aquela hora, aquela maldita hora que tirou tudo que você mais amava, não acaba. Nunca acaba. E o arrependimento bate... " Ah! Se eu tivesse tido mais tempo com ele(a)..." mas não teve, e não terá. Então me diga, o que você faria se eu fosse embora " só por uma hora", pra nunca mais voltar? O que você faria se ele(a) fosse embora, "só por uma hora", pra sempre.. ?
" Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar Que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre sempre acaba?"